quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Reginaldo Faria lembra desfecho marcante de ‘Vale tudo’: ‘A cena da banana foi a mais contundente’

Como esquecer da gestual (e debochada) ‘banana’ de Marco Aurélio em ‘Vale tudo’? 
Quem viu jamais esquecerá. Quem não viu, também. Como apagar da memória os constantes ataques verbais da megera Odete Roitman, querida por causar tanto ódio? Como não conhecer a debochada postura de Marco Aurélio, que fugiu do país oferecendo uma gestual banana aos compatriotas? As imagens são clássicas. Vinte e seis anos após o fim de “Vale tudo”, estão vivas no imaginário do povo brasileiro. E atuais.

— Foi tudo muito forte. A cena da banana, por exemplo, foi a mais contundente. É, aliás, por onde eu sou mais lembrado. Para quem atua, isso é um prato feito. É uma beleza pegar um papel desses! Você precisa fazer um personagem fascista para que as pessoas entendam o que significa o fascismo — analisa Reginaldo Faria, intérprete do nefasto Marco Aurélio, corrupto homem de negócios: — Com a novela, atingimos uma consciência que precisávamos ter na época. O engraçado é que hoje a gente vê a mesma coisa, mas de uma forma bem mais acachapante. É uma novela contemporânea!


Assassinato de Odete Roitman movimentou enigma em ‘Vale tudo’: quem matou?

Beatriz Segall que o diga. Ainda hoje, a atriz é chamada de Odete Roitman quando circula nas ruas. Inevitável. “Mas acontece bem menos do que antes”, frisa a artista de 89 anos, reforçando não enxergar problemas com a recorrente referência ao trabalho.

— Quando uma produção é muito bem feita, bem dirigida e bem interpretada, a coisa ganha uma importância enorme. Muita gente acha que a televisão não é feita para educar. Mas o fato é que, sim, ela educa! Com “Vale tudo”, foi assim. Era a primeira vez que se mostrava a corrupção com clareza, para que o público pudesse compreender — defende Beatriz.

Heleninha (Renata Sorrah): símbolo atemporal contra o alcoolismo 
 
Antes de embarcar no universo da protagonista Raquel, Regina Duarte não tinha noção das proporções que o folhetim poderia tomar. Hoje, a sofrida mãe de Maria de Fátima (Gloria Pires) faz parte do seleto time das grandes personagens da TV. Impossível deixar escapar dos ouvidos os potentes gritos da mulher que chegou a vender sanduíches para dar a volta por cima.

— As pessoas lembram muito. Foi um marco, e eu tinha acabado de fazer a Viúva Porcina em “Roque Santeiro” (1985), ainda assustada com o que viria depois daquele sucesso retumbante. Lembro de me perguntar: “E agora, o que vou fazer para manter o bom nível?”. Logo depois veio a Raquel, numa novela tão icônica quanto a anterior — festeja.

Maria de Fátima, de ‘Vale tudo’, está no time das grandes vilãs da TV brasileira 
 
Glória Pires: ‘Como esquecer algo tão bacana!?’

Como Beatriz e Regina, Gloria Pires carrega até hoje o peso de um personagem tão emblemático. Mas não se assusta. Tampouco lamenta. A atriz adora quando é abordada pelo público para recordar as tramoias escabrosas de Maria de Fátima. Sim, ela entrou para o rol das maiores vilãs da TV brasileira.

— Personagens são como filhos... Eles podem e devem coexistir. Como eu poderia querer que esquecessem algo que considero tão bacana?!? — ressalta Glória, elegendo a pior maldada destilada na telinha: — Entre vender a casa aonde a mãe e o avô humildes moravam, roubar o namorado da melhor amiga, vender o filho ou quase arruinar a vida amorosa da mãe? Deixar a mãe e o avô sem moradia foi a pior!

O trabalho marcou ainda uma preciosa parceria entre a atriz e o autor Gilberto Braga, que viriam a se encontrar novamente em outros quatro folhetins.

— Quando nos conhecemos, houve uma empatia imediata. Isso não tem explicação. É uma confiança além de questões práticas — afirma, sem deixar de reforçar: — Considero um grande momento, uma preciosa a parceria entre Gilberto (Braga) e Aguinaldo Silva. A trama condutora era muito bem urdidam forte e coesa.

FONTE: Jornal Extra

 
 

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